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Foto do escritorSonora Centro Auditivo

O PAPEL DOS ALGORITMOS NO DESEMPENHO DOS APARELHOS AUDITIVOS



Aparelhos auditivos são dispositivos eletrônicos que promovem a amplificação dos sons com objetivo de corrigir a deficiência auditiva para determinadas frequências. Porém, seu papel vem sendo otimizado com o uso de recursos que promovem uma melhor audibilidade em situações desafiadoras, permitindo uma escuta mais próxima do natural. Com chips cada vez menores, processadores cada vez mais rápidos e com vários núcleos de processamento, além da possibilidade de conexão com diversos equipamentos, desde aparelhos de TV até o celular, os aparelhos auditivos atuais buscam mimetizar o funcionamento da cóclea e inserir o deficiente auditivo na sociedade, sem desconforto ou dificuldade na escuta. Para que isso ocorra, alguns algoritmos são essenciais. Vamos conhecer um pouco mais sobre eles a seguir.


  • Direcionalidade do microfone

O microfone é peça fundamental nas próteses auditivas e a sua escolha pode facilitar o processo de reabilitação, na medida em que promove melhor captação do estímulo apresentado. Os microfones direcionais, que tinham como objetivo o foco para a fala em situações ruidosas, acabam privilegiando os sons que estão à frente do usuário, mas fazem com que ele perca sons que vem de outras direções. Visando corrigir isso, as empresas fabricantes criaram microfones que funcionam de forma automática e sincronizada, identificando a origem do som de fala e o ruído presente no local, reduzindo o nível de ruído e intensificando a fala através de uma análise da onda sonora vinda de todas as direções, o que ocorre em milissegundos para que nenhum som seja percebido com atraso. Existem também aqueles que trazem o efeito Pinna, que imita o papel do pavilhão auricular e do efeito “sombra de cabeça” para uma localização do som mais precisa.


  • Otimizador ambiental (gerenciamento de ruído espacial)

Este algoritmo atua em conjunto com os microfones mais atuais, analisando e categorizando o ruído ambiental para que este seja reduzido e a fala seja enfatizada naqueles ambientes de difícil escuta, como restaurantes, shoppings e na rua. Com esse recurso, consegue-se perceber o que acontece ao redor, porém de uma forma mais suave e confortável. Essa análise acontece de forma rápida, sincronizada e automática, não necessitando de nenhum acionamento por parte do usuário. O aparelho se adapta ao ambiente de escuta, não o contrário.


  • Redução de ruído e Expansão

Os redutores de ruído de vento auxiliam bastante o processo de adaptação com conforto, principalmente em ambientes externos onde esse tipo de ruído compete com a fala e atrapalha uma percepção adequada dos sons ao redor, enquanto a expansão é um recurso que minimiza os ruídos internos do funcionamento da prótese.


  • Rebaixamento de frequência

Nos casos de perdas auditivas com curva descendente, onde os limiares auditivos apresentam perda severa profunda, ou mesmo ausência de respostas para os sons mais agudos, mantendo as baixas frequências mais preservadas, pode ser utilizado o recurso do rebaixamento de frequência que transfere sons agudos que não são percebidos pelo usuário para regiões de frequência média ou baixa para facilitar a percepção desses. Isso melhora a captação de sons de fala mais agudos e suaves, como o /s/ e o /z/.


  • Largura de banda estendida

A amplificação com ênfase nas altas frequências é outro algoritmo que promove maior nitidez para a fala, mantendo os detalhes que auxiliam no reconhecimento e discriminação desses sons.


  • Sincronização e coordenação binaural

A sincronização entre os aparelhos faz com que não haja discrepância entre o tipo de processamento utilizado em cada orelha, assim como acontece naturalmente com o nosso sistema auditivo. Além disso, facilita o uso de recursos como o gerenciador de adaptação, que promove automaticamente um aumento gradual do ganho de som de acordo com o tempo de experiência, ou ainda do controle de volume e do uso de programas para situações específicas que exigem maiores ajustes e que podem ser feitos pelo próprio usuário.


  • Gerenciamento de feedback

A fim de evitar presença de feedback, os fabricantes criaram algoritmos que analisam o espectro do som e através do cancelamento de fase, que gera uma onda contrária à microfonia, fazendo com que esse artefato não seja percebido, sem prejudicar a amplificação oferecida.


  • Registro de dados

Existe ainda o registro de dados que é utilizado como ferramenta de acompanhamento na qual o fonoaudiólogo pode verificar o tempo de uso e os ambientes nos quais o aparelho auditivo esteve e quais as maiores demandas do paciente (fala em ambiente ruidoso, ruído forte, silêncio, música, entre outros) para que seja feito um ajuste e seleção correspondentes às suas necessidades. Isso também favorece uma orientação mais personalizada para que o usuário esteja sempre conectado ao que lhe cerca de modo que não lhe traga desconforto.





Falando em conectividade, os aparelhos também contam com aplicativos que promovem maior independência, inclusive com a possibilidade de ajuste remoto para que o cliente, mesmo estando longe, possa usufruir do acompanhamento adequado para o seu caso.


Bem vindo ao novo conceito de próteses auditivas!


Anandrielle B. F. dos Santos

Fonoaudióloga Sonora Centro Auditivo



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